Prelúdio
Brahms demorou 20 anos para escrever sua 1ª Sinfonia. Ela era tão apoteoticamente fantástica, ainda mais vinda de um maluco que ninguém sabia direito quem era, que simplesmente maravilhou os ouvintes. Tanto que o maestro, e um dos maiores conhecedores de música erudita do século XIX, Hans Von Bülow (que com esse nome só pode ter sido uma tremenda bichona*) ficou tão emocionado que a chamou de 10ª de Beethoven. Lembrando que o Bee parou na 9ª, que desde sua primeira execução até os dias de hoje é considerada A obra-prima da música, tipo a Mona Lisa da Tradição Sonora Ocidental.
Imaginem só: você leva 20 anos escrevendo uma parada. Coloca sua vida, seu coração e sua alma no negócio. Algo tão bom que você sabe que tudo o que fizer depois não vai nem chegar aos pés desse primeiro trabalho (é dose!). Aí vem um infeliz, posando de gostoso, e resume o Trabalho da Sua Vida numa única frase e ainda por cima te compara ao Beethoven, simplesmente o cara que você mais odeia no mundo. Isso porque todo mundo sabe que não importa o quão bom você seja, você nunca vai chegar ao nível do Beethoven. Até a sua mãe deve ter falar, “muito bom, meu filho. Mas não é um Beethoven”. E o babaca vai e esfrega isso na sua cara. Eu ficaria puto. Como se não bastasse isso tudo, o pior ainda é ter que aturar seus amigos da escola, as periguetes na rua e provavelmente qualquer um que veja sua foto nos dias de hoje o chamar de Karl Marx.
Vocês devem estar estranhando essa “introduçãozinha”, né? Ela só serve para marcar que eu demorei muito para escrever este texto. Para ser exato eu o comecei no dia 02/08/09, mesmo dia em que lancei
a primeira parte. Além de minha habitual preguiça crônica, muitos fatores marcaram a demora para escrever esse texto como Prova do Mestrado, Monografia etc. No entanto, o principal deles era eu não conseguir dar um encerramento na coisa, o famoso “closure” (não é guarda-roupa, isso é closet). Eu estou escrevendo esse texto há tanto tempo que nem fiz minha folclórica retrospectiva, mas prometo fazer pelo menos um balancete. Enfim, aproveitem esta Quimera que trago para vocês.
*Na verdade, o maestro Van Bülow não era bobo nem nada. Ele era casado com a filha do Liszt (renomado pianista e compositor húngaro) e por mera coincidência seu professor. Não preciso nem dizer que a infeliz era feia igual o diabo e o cara tava só de artimanha. O pior foi que o cara se fudeu, porque perdeu a mulher para o Wagner. Não o Moura, mas aquele das Valquírias e demais fanfarronices nórdicas (perdão, Odin Todo-Poderoso, isso foi apenas uma piadinha).
Aviso: este texto é excruciantemente (a parte de cima foi só uma introduçãozinha) grande visto que demorei 8 meses para escrevê-lo e não pretendo dividi-lo porque dividir texto é coisa de viadinho. No entanto, se você absolutamente não quiser ler esse texto (o que eu compreendo, mas não aconselho) simplesmente olhe esta tira de quadrinhos e veja a história resumida. Clique Aqui
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A partir da leitura de “Diários de um Macho I” muitas pessoas tiveram a impressão de que macho é sinônimo de troglodita. Pois então, essas pessoas não estão erradas, essa é a mais pura verdade. Isso porque macheza nada mais é do que liberar o seu troglodita mal encarado interior. Todo homem tem isso. Obviamente não é por causa disso que o cara vai deixar de ser culto, inteligente ou romântico. Sim, existem machos inteligentes, cultos e até românticos. Vide Mandrake, Antônio Fagundes, Tony Ramos, Nelson Rodrigues, Gay Talese* (ironia mata, né?), entre outros. Afinal, ninguém nunca ouviu falar que os brutos também amam?!
Muita gente também me mandou emails e cartinhas-bomba reclamando que nenhuma mulher que se respeite se interessaria por um homem como aquele retratado no último post. E caras assim só pegam mulheres frutas, marias-chuteira e atrizes pornôs. Pois então, isso é a maior mentira. Toda mulher e digo e repito, TODA MULHER se amarra num machão. Ainda mais se tiver coberto de graxa. Não tô falando de amor. Tô falando de SECSO, S-E-C-S-O, sacanagem, rala e rola, chaca-chaca na buchaca etc. Ela pode não amar o cara, nem gostar dele, não querer ser vista em público, fingir que nunca viu, mas impreterivelmente vai querer DAR para ele. Esse é o famoso Efeito Dourado que já varreu a Twittosfera. E isso nem é coisa minha, é algo que plagiei (como tudo nesse blog) de Freud, Gay Talese*, Nietzsche, Nelson Rodrigues, Catra, meu pai, meu avô, Garrincha. Enfim, só gente graúda, o crème de La crème.
*Para quem não sabe, Gay talese é o Mestre dos Magos do Jornalismo. Tanto que ele escreveu um livro contando como ele se “infiltrou” num bordel para fazer uma “matéria”, pegou geral lá no bordel, contou para a mulher dele e continua casado até hoje. E isso tudo se chamando gay, imaginem o estrago que ele faria se seu nome fosse Máximo Poder
É inevitável! As mulheres dão mesmo, provavelmente já estão dando neste momento e só VOCÊ meu amigo corno não sabe. Aliás, essa é a sina dos heterossexuais não machos. Eles foram, são ou serão cornos pelo menos uma vez na vida. Essa é a lei da selva.
Como os nomes que citei acima, esta edição de Diários de um Macho vai tratar do período clássico da Macheza Mundial, a Velha Escola. A Era de Ouro dos Machos na Terra que por mais incrível que pareça não começa no Início dos Tempos. Porque até onde eu sei, Deus não comia ninguém e Adão só pegava a Eva (e umas ovelhas de vez quando). A partir daí, nem preciso dizer que se sucedeu uma torrente de (falsa) moralidade e o espaço para a verdadeira macheza foi deixado de lado. Depois disso veio toda aquela baitolagem Grega e Romana, seguida pela baitolagem Católica na Idade Média (com a exceção do grande e único Henrique VIII* que fundou uma igreja só para papar umas vagabas a mais).
*Para quem não sabe, Henrique VIII é tido como o fundador da Igreja Anglicana. Aquela igreja inglesa (trava língua) arquitetada só para ele se separar da Catarina de Aragão (a avó do Jorge). Essa história nos mostra a origem do verdadeiro Pensamento Machista. Uma vez que sendo rei Henry poderia se enfartar de comer xoxotis se quisesse, mas ele queria justamentis a da Natalie Portman Ana Bolena. E e aí já viu, né? Isso nos mostra que ser Macho não é comer quem você pode, mas sim aquelas que você NÃO pode. E fazer qualquer coisa, QUALQUER COISA mesmo para faturar um furevis. Inclusive se tornar líder político, jurídico e religioso de uma nação.
Como se não bastasse a viadagem na Idade Média, ainda houve o movimento de retomada (no ânus) da baitolagem Clássica, com a dobradinha Iluminismo/Renascimento, que nada mais foi do que o pensamento judaico-cristão-ocidental “saindo do armário”
Dito isso, fica claro dizer que a Macheza só pode ter começado num lugar e num lugar apenas: na Seleção Natural de Charles Darwin. Ele é o pai da Macheza, pronto e acabou! No entanto, ele foi só a “Alma Pater” da coisa. A raiz teórica de uma práxis só estabelecida com a maravilha das Maravilhas, The Fucking Holy World War I (Afinal, nada é mais afrodisíaco do que o cheiro de sangue e a ameaça de morte eminente).
Guerra + Sangue + Suor+ Uniforme militar = neguinho se dando bem
Esse é o tempo da Velha Escolha, a primeiro grupo de machos de verdade a pisar na face da Terra...
Machos como meu avô que em 1947 dizia que foi pracinha só para pegar as cocotas de sua época (nenhuma nunca percebeu que ele só tinha 14 anos na época da 2ª Guerra – 1939-1945). A efervescência do movimento era tanta que “contaminou” até o mundo das Artes, conhecido por sua baitolagem adquirida em anos de existência.
No quesito, rompimento de paradigmas a parada foi até meio drástica e com certeza o Mundo das Artes nunca mais foi o mesmo depois de tamanha selvageria. Ora, não poderia estar falando de outro que não fosse o Grande Picasso. Esse é o homem que pegou a classe artística de calça arriada e simplesmente destruiu tudo que viu pela frente. E em grande estilo, a julgar pela classificação que deram a sua obra, Cubismo. O cara realmente não tinha dó!
Nesse período houve também na Filosofia a ferveção do trabalho de Nietzsche, que embora não possa ser chamado de Macho, entendia muito do assunto. Aliás, macho que é macho não entende de macheza, ele está muito ocupado SENDO macho para se preocupar com isso. Esse negócio de entender de macho, estudar macheza, certamente é coisa de viado. Freud era outro que entendia muito bem a alma humana (não que eu acredite em alma) e, por conseguinte, sabia muito de macheza (mas não era praticante).
Sem dúvida, Freud foi uma das maiores bichas enrustidas da história da humanidade conhecida pelo homem. Primeiro, ele era obcecado pelo falo – o popular pau. Ele era tão vidrado que chegou a dizer que o pau estava no centro de todo o pensamento Ocidental (aí que delícia!) e que as mulheres se ressentiam dos homens por não terem sido agraciadas com a dádiva de ter um pênis. Para ele, a sociedade se resumiria num eterno “cruzamento de espadas”, como dizem os americanos*.
Ou seja, Freud era um viadão! E o pior, o “enrustimento freudiano” se baseia na própria teoria do cara. Ao comprovar a inaptidão feminina para fazer parte da sociedade civilizada (por conta do ciúme doentio do pênis), Freud queima seu próprio filme uma vez que enquanto as mulheres queriam ter o falo (não no sentido Bíblico, mas no sentido Roberta Close), ele mesmo queria ser uma mulher. Treemenda!
*De acordo com meus conhecimentos da cultura pop norte-estadunidense, o ato de cruzar as espadas remete ao momento em que numa suruba de número maior de homens do que de mulheres (um gangbang), dois homens “acidentalmente” (e geralmente por alguns instantes) encostam seus respectivos paus uns nos outros.
De maneira geral, o Pensamento Machista Ocidental tem suas bases em momentos históricos e reviravoltas muito conhecidas do grande público. E muitas vezes, o pensamento machista ocidental se confunde com a própria historia da humanidade e dos avanços do pensamento ocidental como um todo. Isso porque como é obvio e ululante o mundo só chegou a este estágio porque nós homens estávamos (e estamos) no comando. Para quem achou que isso não é bem um elogio de minha parte, leia a próxima edição na qual eu mostrarei como seria o “Mundo Feminino”.
*Zé Messias se desculpa por profanar todo o pensamento erudito da cultura Ocidental com suas piadas sem graça. E como castigo ele promete ler de verdade as obras que ele cita tão levianamente sem nenhuma espécie de embasamento. Ele é um autor renomado e atualmente trabalha como conselheiro político e é a mente diabólica por trás das pretensões de Lula em ser secretário da ONU. Ele também escreve discursos políticos para membros prestigiados da política brasileira como Gilberto Kassab, José Roberto Arruba, José Sarney e Severino Cavalcanti. Messias é membro e sócio-fundador da Blogueiros Unidos Sem Trabalho (BUSeTra).