Atendendo as inúmeras súplicas de meus leitores aficionados. Eu, no alto de minha enorme sapiência, resolvi adiantar a publicação desse meu pequeno textículo. Por enquanto ainda o tenho (desculpa aí Nenê). Esse é um ensaio sobre o “ser humano”, ele promete ser o melhor artigo escrito em língua portuguesa já lançado no (meu) meio virtual. Nele, explico como as pessoas são “formadas” e como são feitas as conexões entre elas, formando a sociedade.
Quem lê assim do nada, pensa que mudei ou alguma coisa do tipo. Uma vez que este pequeno ensaio não prima pela comédia. Contudo, digo ao meu publico fiel: eu não mudei! Mas se aprendi uma coisa nessa vida foi: “só os Sith lidam com absolutos” (Se não entendeu vá correndo alugar a série Star Wars). Enfim, vou mudar um pouco e escrever coisas produtivas e inteligentes, ao invés de só focar nas besteiras. Pensem que hoje eu tô “Le Monde Diplomatique” e não O Globo. So, let’s go...
Para começar a falar das pessoas antes é preciso analisar a própria palavra, “pessoa”. Isso porque aprendi nas aulas de Retórica que usar a etimologia dos termos é um ótimo argumento (CDF!!!). Numa língua morta dessas aí, pessoa vem de persona, e essa última significa máscara. Sei que meus colegas de faculdade sabem disso porque tiveram a mesma aula que eu, mas esse texto não é um resumo da aula, e não são só eles que vão ler isso (assim espero). Como dizia, as pessoas são máscaras, e é disso que queria falar.
Só para fins didáticos, não estou falando de falsidade, mas de algo bem mais natural (ou seria osmótico?). O que quero dizer é que todas as pessoas possuem essa “falsidade intrínseca”, que é responsável pelo que elas mostram aos outros. Afinal, você não conhece alguém, conhece apenas o que esta pessoa quer que você veja. Calma, não vá agora mesmo brigar com sua amiguinha (o), e implorar que ele (a) te conte todos os segredos profundos. Só, estou dizendo que existe certa diferença entre o que uma pessoa realmente é, e o que ela exterioriza. Não. Não fui largado no altar, nem tive nenhuma desilusão amorosa. Essa é uma constatação puramente acadêmica. Então, continuando...
Muita gente pode dizer que isso é óbvio que todo mundo sabe, que existe o “eu-interior” e o exterior. Todavia, acho que ninguém chegou aonde quero chegar. É mais ou menos isso, podemos dizer que uma pessoa é formada por três personas:
Primeira: “eu-interior”, aquele que guarda os segredos, sua verdadeira índole e psique. Poucas pessoas realmente o conhecem, geralmente demora uma vida toda, e mesmo assim, às vezes é só uma parte dele. Justamente por ser muito difícil de ser encontrado, considero que seja feito puramente de Inconsciente (aquele daquele velhinho alemão mesmo). Ahh, e outra coisa, ele pode mudar, e provavelmente é invisível para terceiros.
Segunda: “eu-coletivo” ou exterior, é um apanhado de suas melhores qualidades e defeitos, ele pode ser consciente ou inconsciente, pode ser baseado na verdade ou inventado (estou pensando seriamente eu dividi-o, em duas categorias). É a reunião de suas ações no meio social, tai, “eu-social”. Gostei.
A Terceira é a que mais gosto, só que infelizmente ainda não a batizei. Basicamente ela é como as pessoas o vêem. Simples, a junção de todas as impressões que os outros tiveram/têm de sua persona. Ou seja, ela é plural, são suas múltiplas personalidades dadas por cada um que te conhece ou já te viu, ou mesmo esbarrou na esquina. Sim, qualquer encontro, por mais casual que seja, conta, pois são eles que formam o que você é. Uma vez que a sua opinião só conta para você, são os outros que te definem.
Assim, a sua pessoa realmente não existe, ela é como a realidade. Não passa da junção de diversas versões. No caso, VOCÊ como pessoa é a reunião do que você realmente é, acrescido do que você pensa que é, mais o que outros pensam que você é. Legal, né? Eu sou sinistro! Pensem nisso e tentem perceber as pequenas sutilezas e nuances que formam uma pessoa, é tão divertido, quase mágico. Claro que nem todos têm um olho treinado como o meu, mas isso se adquire. (essa frase soou muito mais gay do que eu queria, mas tudo bem)
Também gostaria de esclarecer que provavelmente isso já foi falado na obra de Heidegger ou de Freud, mas isso não importa. Nunca li nenhum deles, logo eu que inventei isso (hahahahah). Ahhh, tudo ficou meio jogado, porque é um texto de blog. Mas pode deixar, vou fazer um livro explicando tudo isso. (Assim que ler Heidegger e Freud, e muitos outros, como Umberto Eco e a Pesavento.).
Espero que tenham gostado desse mini-ensaio, prometo fazê-lo em versão standard (piada interna) numa próxima ocasião. Na próxima edição estou pensando em escrever sobre os “7 tormentos”, outra de minhas elucubrações. (Viva o dicionário de sinônimos!)
Tá na hora de matar a fome tá na mesa pessoal!!!!!!
P.S.: Coloquei a foto do “O Pensador” de Rodin porque ela remete ao título do Blog.
sábado, 26 de janeiro de 2008
Das Pessoas
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
2007 – o ano em que meus pais me deixaram sair de casa.
Fora as excitantes mudanças em minha vida social, no ano passado aconteceram fatos assaz interessantes, que atraíram não só a atenção de todo o mundo, como também a minha (a que mais importa!). Dentre as inúmeras ações e omissões que marcaram os últimos doze meses, estão, obviamente, a indicação de minha vizinha ao prêmio Nobel da Paz, por seus esforços no combate a fome no mundo – ela finalmente fez a ligadura de trompas –, e a decisão de meu tio de parar de tomar Coca-cola (por causa dos gases). Aí, vocês podem perguntar: qual a relevância de atos tão grandiosos feitos por gente tão insignificante? Ao qual eu responderei: o último ano esteve repleto de atitudes insignificantes de pessoas “grandiosas”, por que não diversificar um pouco?! Afinal, minha vizinha perceber que um nono filho prejudicaria o futuro dos outros é um insight comparável a Monalisa, e quanto ao meu tio...bem, digamos que minha tia tem um nariz muito sensível e a mão muito pesada.
Já no que se refere aos assuntos de interesse geral, com certeza, o maior de todos eles, é o lançamento da Coca Zero... zero sabor. Aliás, depois do lançamento de diet e light, não sei como alguém ainda pode considerar a possibilidade de tomar algo assim. Exceto, os diabéticos e gordinhos em dieta, que mesmo assim não se arriscariam a morrer pelo que está escrito no rótulo (pelo menos eu não). Contudo, novamente, a ovelha negra da Comunicação, a maldita publicidade (sempre ela) agiu, fazendo com que esse magnífico coquetel de conhaque de alcatrão, folha de coca e leite mineiro, virasse febre nacional em alguns meses. Bem que a Escola de Frankfurt e todos os Apocalípticos dos anos 60 e 70 tentaram nos avisar, mas ninguém ouviu. Deu no que deu, Reagan foi eleito, e com ele a sociedade judaico-cristã-ocidental entrou em declínio.
E por falar em política – no Brasil, mesmo sem eleições, escândalo é o que não falta. A bola da vez foi “um certo senador alagoano” (única piada boa dos Casseta). Como eu disse no começo, “o último ano esteve repleto de atitudes insignificantes de pessoas ‘grandiosas’”. Uma delas foi desse sujeito que deixou de pagar uma pensão – coisa que todo brasileiro deixa de fazer uma vez na vida –, e acabou xisnovado dedurado pela tal biscate amante. A história todo mundo conhece, ou melhor, a estória contada pela Globo todos sabem. E mesmo os detalhes mais íntimos foram relatados no livro de Mônica Veloso, que para manter minha sanidade mental, não chamarei de Jornalista. Enfim, existem muitas lições que podemos tirar dessa história. 1ª – Mulher É um bicho ruim para cacete (não no sentido fisiológico). 2ª – Nem tudo o que a Globo diz é verdade, e mesmo que seja provavelmente não interessa as pessoas de bem. 3ª – Você tem que prestar atenção no que pega para comer, principalmente se você tem um cargo importante e faz coisas ilícitas para ganhar uns trocados a mais.
Ainda por aqui, Tropa de Elite – o único filme nacionalista e imperialista do cinema brasileiro –, levou milhares de pessoas ao camelódromo da Uruguaiana atrás de uma cópia não autorizada do longa, uma mistura de documentário e action movie hollywoodiano. Isso três meses antes de seu lançamento, um recorde de público antes mesmo da estréia, verdadeiramente um espetáculo do crescimento. E mais, a polêmica a respeito dos policiais-vigilantes não pára no aspectos ideológico e comercial do filme, que foca o caráter nacionalista das ferramentas repressivas do Estado (Polícia e Forças Armadas), sem dúvida, o lar dos maiores nacionalistas do País (embora todos sejam conservadores de direita, e possíveis ditadores. Como mostra o filme).
Tropa de Elite aborda a violência de um modo maniqueísta, dizendo que os “bons” têm o direito de usá-la em prol do bem comum, o que o torna mais uma ferramenta deste sistema combatido pelo Capitão Nascimento. No geral, a discussão gerada pelo filme serve para vermos a atual “despolarização” do mundo em que vivemos. Como bem dizem os estudiosos, o pós-moderno é a era da falta de ideologias, assim, tanto na vida real, quanto na ficção, os heróis também são bandidos, e vice-versa.
Além de Renan Calheiros e Tropa de Elite, o Rio o Brasil foi acometido por mais uma febre, o Pan. Sim, os Jogos Pan-americanos encheram o saco de muita gente, principalmente o meu. Nada contra a união provocada pelo esporte, ou contra o prazer sádico em humilhar os adversários, mas sinceramente, qual a importância do Pan?! Embora a Globo (sempre ela) tente convencer você de que foi o evento do ano, e que todo o País estava com seus pensamentos exclusivamente voltados para os Jogos, isso não é verdade. Os paulistas invejosos estavam mais preocupados em avacalhar o negócio, com ameaças de bomba, e claro, mandando seus “atletas” para as competições. E o resto, bem, eles estavam assistindo mesmo, afinal, era isso ou Casos de Família no SBT. Agora, falando sério, duas coisas muito importantes precisam ser entendidas sobre o Pan: ele serviu para metade dos universitários do Brasil treinar seu inglês, trabalhando como voluntário (Como eu sei? Eu estava lá. Não de graça, óbvio!). E outra, os Jogos foram mais um motivo para o Cesar Maia encher as burras de dinheiro (Maia’s Engineering & Construction), e de quebra falar mal do governo federal e zoar o governo estadual.
Saindo do âmbito nacional e indo para o mundial, 2007, deu o que falar, principalmente na música. A Ameaça Emo se expandiu a proporções catastróficas, chegando as esferas mais respeitadas e conservadoras de nosso país, a Globo. A cultura de massa nunca foi tão avassaladora como hoje, a dicotômica internet, ao mesmo tempo braço direito do Capitalismo e do Pensamento Livre. Assim, com as duas maiores difusoras de conhecimento trabalhando a favor do lado mais melancólico da música. Os exércitos liderados por Gerard, “vocalista” do My Chemical Romance, saíram do front estadunidense desembarcando em terras tupiniquins, colonizando todos os receptivos e vazios jovens da classe média. A massa de cabelos verdes e piercing no lábio, agitou o mercado fonográfico (virtual) e popularizou o “estilo” dos pseudo-punks, alavancando NX Zero’s, Forfun’s, CPM’s, Panic at the Disco’s e Good Charlote’s da vida. Até quem não tinha nada a ver com o babado quis ganhar um troco, como o Charlie Brow Jr. e os ex-integrantes do extinto Blink 182. A super lotação do segmento levou até a rainha, Avril Lavigne, a singrar os caminhos do pop, vendo a brecha deixada por Britney Spears (morreu) e Christina Aguilera (foi definitivamente para a Black Music). Voltando para o Terceiro Mundo, temos a ascensão do funk, saindo das mãos dos “menos favorecidos” (como eu) diretamente para o aniversário da filha da Xuxa, e, assim por diante, para as mãos da classe média que ainda não tinha virado emo (ou mesmo para a que tinha). Só um adendo: os indie também são muito chatos e com certeza são os que mais me irritam, porém só os fãs. As bandas são muito boas e geralmente tem uma qualidade musical fora do comum, vide o saudoso Los Hermanos (snif, snif), Strokes, Arctic Monkeys, Moptop, entre outros.
Eu sei, retrospectivas não passam de repetições sem sentido, de assuntos por demais repetidos durante o ano, mas eu não conto para ninguém, se vocês não contarem. E além do mais, essa daqui já está acabando, por isso, agüentem firme.
Para todo bom nerd, falar de 2007 sem comentar o último Harry Potter é impossível. Não fugindo a regra aqui vão minhas considerações: Foi lindo, maravilhoso, chorei quase do começo ao fim! Só para não dizerem que eu estou amolecendo (jamais, pois sou cliente do Boston Medical Group), vou chover um pouco no molhado e fazer umas críticas a versão brasileira de HP. Pow, sem comparação, a versão original é linda, tem espaçamento duplo, capa-dura, e arte no começo dos capítulos. Sei que o preço provavelmente seria maior, mas eu não me importaria em pagar.
Para encerrar, o “crème de la creme”, o que realmente abalou o mundo e principalmente o Brasil em 2007. Claro que foi o MENGÃO, sua saga épica de superação, raça e garra mostrou que o futebol não se joga no papel e sim em campo. Tinha que ser o meu time, O PRIMEIRO PENTA CAMPEÃO BRASILEIRO. E“dividino” o espaço com meu Mengão está o Orkut.
Sim, ninguém foi mais importante, mais popular, mais Cult, e mais fashion que a página desenvolvida pelo Sr. Orkut Büyükkökten. Afinal, a Polícia Federal usa direto, os bandidos também, facções e torcidas organizadas dizem que não ficam sem, nerds, universitários, e até cachorros têm. Enfim, sempre que alguém fez uma merda o Orkut tava por trás. Ele foi responsável por 65% dos rompimentos e divórcios do País, por 7% das mortes também, 35% das monografias e teses em geral falam sobre ou com citações dele. Ainda não é certo que ele veio para ficar, provavelmente sumirá para dar lugar a uma nova febre, mas esse ano foi dele. Porém, tudo tem um lado ruim...
As 400 mil citações de Charles Chaplin e os 52% de usuários que apagam scraps encheram o saco, além disso, os 300 mil fakes e a propaganda da webcaseiras perturbaram mais do que a vinheta de final de ano da Globo. E finalmente, os pobres (intelectualmente falando), adeptos da cultura funk e hip-hop, que usam termos como “recalcados”, colocam fotos esdrúxulas em poses, no mínimo bizonhas (se achando), e se auto-intitulam “prostitutos”, “playsson”, “muleke-piranha”, e etc. Não só eles, como os pequeno-burgueses da classe média que fazem comunidades deveras preconceituosas para rir da ignorância alheia. Shame on them!
Sendo assim, nesse ano ocorreram coisas boas e ruins (como todo ano)... até o Papa Adolph Ratzinger e o Bush pintaram por aqui para tentar botar ordem nessa “bagunça”... Chaves andou por tudo quanto é canto, e falou tudo o que quis...ninguém ouviu. A Globo continuou com seu plano de alienação mental, agora mais distante devido a influência e ascensão da Record (que também não é flor que se cheire).
Para 2008, ano de novos prefeitos e vereadores, só posso esperar um voto mais consciente, e mais trapalhadas para que eu possa escrever bem mais no ano que vem....
Bem, é isso, me diverti muito escrevendo, e espero que todos tenham tido “a good time” lendo. Na próxima edição, se possível, vou fazer um ensaio acadêmico e filosófico sobre os seres humanos (é sério!!!). Não Percam...
Cruj, cruj, cruj, tchau.