domingo, 7 de junho de 2009

A guerra das calcinhas – crônicas sobre mulheres e esporte

No meu tempo, mulher e futebol só se misturavam se fosse rolar aquele boquetinho esperto no intervalo do jogo. No entanto, Marta, Formiga, Mia Hamm e Prinz provaram que isso não estava de todo certo. Aí, me vem as meninas da FCS e colocam tudo a perder novamente. Não me entendam mal, eu adoro futebol feminino. As matadas de peito, as entradas duras, a marcação traseira e, claro, a comemoração do gol – quando a artilheira tira a camisa e vai para a galera.

Duplo sentido a parte, o futebol feminino, quando bem jogado, é tão divertido quanto aquele dos marmanjos feios, barbudos e suados (pensando bem, o feminino, mesmo mal jogado, é melhor). Como na FCS o que não falta é marmanjo feio, barbudo e suado e são eles quem detêm o monopólio esportivo, nada mais justo do que um Interperíodos Feminino para equilibrar as coisas. Afinal, nada melhor do que umas peladinhas para alegrar a galera.

O primeiro confronto se deu num duplo desafio entre o Ugh! (1º período) e o Deu Velha (3º). Veteranas e calouras travaram uma batalha sem par, dentro e fora de campo. Obviamente, em se tratando de futebol feminino não poderia deixar de ter racha, quero dizer, rixa. Teve até veterano torcendo por calouro ao invés do próprio time. Fato inédito em toda a história FCSiana. Munidos de tambor e muito gogó as torcidas fizeram muito barulho, conseguindo ser mais irritantes do que aquele grupo Celebrare. Ainda mais quando algum sem-mãe infeliz puxou um tal de "Xu xu xu,xa xa xá,os amigos do Xuxa vão te pegar !". Nessa hora meus tímpanos que sobreviveram a Ozzy Osbourne, Marilyn Manson e Iron Maiden pegaram um vidro de antidepressivos e tentaram o suicídio (só para constar, eu fiquei com uma baita dor de cabeça no dia seguinte, mas podem ficar tranquilos, porque já estou bem).



Se fora de campo a disputa tava acirrada, dentro de campo a coisa foi um pouquinho diferente. O Ugh! parecia a empregada da Luana Piovani na mão do Dado Dolabella e a trolha só não foi maior por causa da meia armadora ofensiva Daniela Alves. Ela que joga na Seleção de campo, veio para o salão só para dar uma ajudinha para as calouras. Além de fazer o gol, também deu o passe para o gol da atacante Oliver Tsubasa. A jogadora oriental foi a atração da tarde, e seguindo a tradição da faculdade, chamou a atenção tanto dos meninos quanto das meninas. Mas nem elas conseguiram superar as deficiências do esquema tático do “menino narigudo”, o mais próximo de um técnico que as meninas do Ugh! conseguiram arranjar.



No lado das carrascos, um dos destaques foi o esquema ofensivo criado pelo técnico Ciro, o poderoso 1–2–Freimann, o carrossel de um homem uma mulher só. A atacante/goleira/meia/zagueira/copeira/diarista tirou vantagem por ser a única que fazia uma mínima idéia do que fazer numa partida de futsal. Nessa hora, lembro que pensei três coisas: “ainda bem que as meninas da minha turma não vão jogar”, “tenho pena das coitadas do Hooligans” e “por que o Guilherme não contratou essa menina para o Laranja?!”.

Handebol

E a carnificina continuou no handebol feminino. Ou melhor, só handebol, porque handebol feminino é redundância. O queimado de rico também fez parte das celebrações esportivas. E sea intenção era igualar um pouco a disputa, vou logo avisando, NÃO DEU CERTO. A empalação coletiva continuou. Dessa vez com a bola na mão.

Pelo menos, a esfregação que já tava boa ficou ainda melhor. Mão no peitinho e peitinho na mão. Tapa na cara. Unhada e tudo mais. Parecia até o Superpop®. Teve uma hora que uma jogadora do Deu Velha levou um “vem cá meu puto” de uma adversária que até me deixou excitado. Foi lindo! Me lembrou até um pornô tcheco dirigido pela Beladona.

Não sei qual foi o placar, porque definitivamente tinha coisa mais importante para prestar atenção, mas sei que foi uma grande diferença. O Ugh!! sentiu falta do dedo firme de um técnico, uma vez que seu treinador de futebol “Aquele menino narigudo”, não entendia nada de handebol. Para falar a verdade, nem ele, nem eu, nem as jogadoras e muito menos os árbitros.

Durante a partida, algumas caras novas deram lugar às atletas que estavam cansadas ou só de saco (???) cheio. Uma delas é Dani, a Naja, que joga direitinho, nada demais, mas esse apelido, sem dúvida o mais sexy da competição, tinha que ser publicado aqui. Qual será sua origem?

Por falar em origens misteriosas... qual a história por trás da inscrição “Lado B” na camisa do Deu Velha? Seria uma homenagem ao BBB? Ou de acordo com as próprias jogadoras, uma forma delas saberem qual o lado de trás da camisa, já que elas não são muito espertas? Essas e muitas outras respostas na próxima edição do Interperíodos 2009.1, só depois do feriado.

*Zé messias é semeador da discórdia profissional, atleta de Satã e já foi cotado para o lugar de Márcia Goldschmidt. Ele também é o autor de Best Sellers como “Quero ser Galvão Bueno”, “O declínio da Patria das marias chuteiras” e “O segundo pau: a história das bolas na trave”.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ai, Zé, só você pra achar futebol feminino pré-amador divertido, rs...
Eu sou menina e falo sem medo dos ismos da vida: eu gosto é de ver HOMEM jogando bola!!
É plástico, estimulante e envolvente, institivo e arrebatador.
O cara pode ser pouco inteligente, mas se for bom de bola, já me chama a atenção.
Futebol feminino é pouco produtivo pré-amador:normalmente, bola e meninas sequer foram apresentadas, não se reconhecem em campo...
Sem chances de ter-me como expectadora.

Bjs,

Cecilia F.

Danizona disse...

Zezãããããoo!
Eu realmente gostaria de saber qual é o motivo para tamanha discórdia entre as meninas fcsanas!

Cadê a sua coluna de fofoca para informar-nos melhor??

Hohohohohoh!

Adorei o texto, Beijoca!