domingo, 16 de março de 2008

Mari de Messias – uma ópera-rock em si menor


A história a seguir é um produto de ficção. Criada a partir de remedos de sonhos eróticos que tive após assistir Emanuelle 5. Por isso não acredite em nada. Tô zoando! Esse é um fato venéreo, esta historinha faz parte de um relato super-secreto que uma amiga me confidenciou em segredo (puxa!), por isso no intuito de preservar sua diminuta integridade moral alterarei nomes, datas e locais (quem quiser saber mais detalhes me mande um depô que eu conto em off – SÓ PARA GATINHAS). Eu sei que alguns podem estar se perguntando: Por que você não evita a confusão e fica de bico calado? Ao que eu respondo: onde está a graça nisso?
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Mari de Messias – uma ópera-rock em si menor

Como todo bom garoto gordinho e “ligeiramente” desprovido de sexy appeal e tato com mulheres, desde cedo mostrei uma aptidão acima do natural para a ingrata função de “amigo gay”, também conhecido como, O Arroz . Sim, está é uma função muito, muito ingrata mesmo, mas que sempre rende muitas histórias interessantes...como esta. Essa minha amiga em questão se chama Maricleide, e tem o singelo apelido de Mari. E ela tinha um namoradinho, o Alfredo...ops...quero dizer, Reginaldo. Mari e o Alfr...Reginaldo viviam um lindo caso de amor, daquelas coisas bonitas de cinema. Ele - um lindo e gostoso ex-garoto deprograma, todo sarado e depiladinho. Parecia a bunda de bebê, de um bebê-tanque. E ela, uma bela morena de cabelos sedosos como o mais fino Bombril. Enfim, a combinação perfeita: um rapaz com nenhum cérebro e muitos músculos (e que músculos, ui que delicia) com uma garota de mente afiada e possibilidades infinitas no futuro (balconista, frentista, sacoleira, garçonete, etc.).

Eles se conheceram na insólita Baixada, terra esquecida por Deus, e mais do que desprezada por Cesar Maia. Ele é o autor da célebre frase: Não vou fazer porra nenhuma de metrô para essa cambada de pobre vir estragar minha cidade. Eles que venham de trem ou qualquer outro meio de transporte suburbano...argh...quero que todos se explodam. E mesmo no noticiário vocês podem ver a tristeza da situação de minha miguxa, uma vez que na “cidade” dela as pessoas realmente andam de charrete.

Agora tem gente que pode dizer: azar na moradia, sorte no amor. Estas pessoas estariam redondamente enganadas, pois minha miguxa do coração, a Mari, consegue ser mais azarada do que um gato preto debaixo de uma escada na sexta-feira 13. Já sei o que vocês vão dizer: nossa como este nobre e belo escritor é exagerado. E novamente vocês estarão enganados (não na parte do nobre e belo). Vamos recapitular: ela mora extremamente mal mesmo, na incólume re-Baixada. Ao contrário de alguns marajás do jogo de bicho que moram na região, ela é pobrezinha. Ela tem escrúpulos suficientes para não vender seu belo corpo bronzeado na laje, o que naquela região, é sinal de burrice e pobreza extremas. E o pior, ela nem tem a malandragem de alisar e pintar o cabelo de loiro, na esperança de fisgar um pagodeiro desses da vida. Não ela, uma moça sonhadora que...sonha (desculpe a falta de vocabulário) em se casar na Igreja, de branco, com véu, grinalda e daminhas vestidas de rosa-choque ou azul-turquesa. Enfim, qualquer uma dessas cores que pobre tanto gosta.

Enrolei, enrolei, mas não falei do babado em si. Meu problema é que eu adoro introduzir....assuntos. Começo coisas que se tornam muito maiores do que o previsto e acabo fugindo do assunto. Mas podem deixar, desta vez eu vou até o final...até o talo mesmo. Tudo pela Dona Mari.

Como toda pessoa das castas inferiores da sociedade carioca (da qual pertenço as well) a vida de Mari pode ser contada na forma de novela mexicana. E é o que farei a partir de agora. Afinal, eu sou muy amigo, e não poderia deixar esta escapar...
Mari do Bairro, uma pobre lavadeira, que pagava seus estudos na Universidade Pessoa de Morais (agora que eu percebi o trocadilho com esse nome) fazendo serviços de limpeza na mansão dos De La Vega e Brangança – descendentes de barrões de café que dominavam a área e, por conseguinte, o jogo do bicho também.. Por um acaso, em seu dia de lavar as cuecas, chega a casa o afilhado pobre da patroa, o tal Reginaldo Augusto Mariano Rapposo Correa, que não sei porquê o pessoal cismava em chamar o menino de Alfredo?!

Foi amor a primeira vista. Mari com a vestimenta folclórica típica da região, aquele shortinho jeans (ou seria stretch?) cirurgicamente grudado à pele. Reginaldo vestido com a farda branca de marinheiro, pois ele tinha acabado de sair de um “servicinho”. Eles se apaixonaram perdidamente e viveram loucuras de amor intermináveis. Ela ligava (com o nextel, óbvio) de duas em duas horas para contar como estava sendo o dia dela. Coisas simples e românticas, como a menstruação da irmã, o vizinho do lado esquerdo que espancava o filho, o vizinho do lado direito que espancava o pai, essas coisas corriqueiras do dia-a-dia suburbano. Ele não contava nada, apenas fazia pole dance para ela. Ela, uma grande retardada como toda apaixonada acreditava que ele foi adotado por uma família circense que havia lhe ensinado estes truques. Eles passavam os dias trocando “rádios”, e a noite fazendo amor ouvindo Monserrat Cabalet e Freddy Mercury. Foram as duas semanas e meio mais perfeitas da vida de minha amiga.

Mal sabia ela das reais intenções do pérfido Regifredo. Imaginem que para minha total e completa surpresa descobri que ele não era a Alzira da história, mas sim o Ferraço. Segundo informações mais do que confiáveis de minha grande amiga, ele viajava de cidade em cidade, de boate em boate, seduzindo jovens incautas. Essa era sua patologia.

E por falar em patologia é aqui que entra nossa terceira personagem, a Ex. Como todos sabem todo homem galinha deixa um rastro de penas que pode ser seguidos por longas distancias. E sendo um cabra burro como Rogério era, não poderia ser diferente. A pobre pena em questão se chama Ariadne, uma pobre menininha de 15 anos incompletos, outra flor de candura, bem mais inocente que a pobre Mari já com seus 20 anos, 3 meses e 4 dias. E ela ficou tão encantada com a aura daquele Adônis da periferia que se apaixonou perdidamente, afinal ele era seu primeiro amor, aquele mais doce de todos. O amor de sua juventude. E não é que a garota ficou piradinha das idéias. A dor da desilusão precoce a revoltou de tal maneira que ela insurgiu contra Mari. Afinal, a corda sempre quebra do lado mais fraco. Durante todo o tempo em que namorava com Robério, Mari teve que suportar constantes cutucadas da pobre Ex. que não passava de mais uma enganada pela mentiras desse biltre. E ainda por cima, mal sabia ela que seria a próxima da fila...coitadinha!!!

Mais uma coisa nós todos (os homens pelo menos) temos que reverenciar, a malandragem deste Roberto. Como meu velho pai sempre dizia: manter várias mulheres ao mesmo tempo é tarefa de um homem louco, mas manter várias mulheres SATISFEITAS ao mesmo tempo é tarefa para um político (especialmente se for alagoano). Então vejam bem a situação: um cara mais pobre do que o Lula quando saiu do Nordeste, nem era muito bonito (parecia um pouco o Gianecchini...virado do avesso 3 vezes), que só tinha a seu favor uma flexibilidade assombrosa e uma farda amarrotada no armário. “Qual era o truque dele?” – Eu me perguntava enquanto ouvia o relato sofrido de minha pobre miguxa. Seria uma enorme *****. Ou talvez sua versatilidade durante a ****? Ou será que naquelas horas ele fazia **** na **** dela?! Tudo isso assombrava minha mente, enquanto eu ouvia todas as maldades cometidas por Rodolfo Frederico.

É importante ressaltar que a participação da pobre Ariadne é bem maior do que aquela que eu disse. Uma vez que a relação de Mari com a menina não se resumiu a simples farpas orkuteanas e depois de descoberto o plano mirabolante como as duas eram profusamente corneadas mutuamente uma com a outra, elas acabaram virando super Best Friends. Vai entender a mente feminina!
Agora vamos a maneira como elas descobriram o estratagema do esperto Roberval. Era uma tarde de domingo ensolarada na fétida Baixada. Mari estava no busão feliz da vida, passando pela Via Light, avistando toda sorte de assaltos e mortes esdrúxulas...um dia como outro qualquer. Ao seu lado estava seu namorado, o infame Robsbawn, e do nada ele diz que quer terminar....sendo que ele já havia feito isso trocentas vezes, num vai-e-vem frenético e interminável. Mari simplesmente olhou para a cara dele e disse: tá bom, até terça! Robbespierre estranhou a apatia de sua amante. Ele esperava, no mínimo, que Mari seqüestrasse o ônibus com a Uzi (presente de 15 anos dado por seu pai) que ela esconde em sua mochila da Hello Kitty, e jogasse todos do Mendanha. Ele ainda berrou enquanto Mari descia em Austin para comprar bugigangas: Agora é sério, hein. Ao que foi respondido por uma velhinha de 78 anos com rugas até nas pálpebras: depois de te ouvir falar isso pela 5ª vez, nem eu acredito. Mas, se você quiser, minha casa está a sua disposição.
Chegando na terça, o já tradicional dia da reconciliação, Mari já esperava com sua camisola mais sexy de renda francesa (comprada naquela mesma tarde em Austin). E qual foi sua surpresa quando o bofe não apareceu. Ela ficou desolada, e na manhã seguinte quando chegou na lan-house mais próxima de sua casa, correu para o Orkut afim de averiguar os motivos de ter sido deixada na mão (por favor, não interpretem esta frase literalmente).
E foi lá que ela teve A Revelação. Assim como no dia de Pentecostes, ela foi inundada pelo Espírito e teve a derradeira compreensão messiânica. Ela viu o álbum mais cruel e sórdido de toda a sua vida...aquele que para sempre destruiu todo e qualquer rastro de inocência de sua vida. Maricleide Francisca da Silva Barroso viu, como se fosse através dos olhos da própria Deusa da verdade, a mais gélida e cruel de todas, o que a muito relutava em acreditar. Aquele homem a que devotou tanto amor, era na verdade, um pai de família, casado há 3 anos com uma mulher do Sul...da região Sul de Pernambuco. Ele ainda tinha quatro filhos: José Patrick, Derek Augusto, Dorival Dionísio e Marta (um menino batizado em homenagem a jogadora, vai entender?). Foi um choque, foi devastador, foi desesperador. Ela não se sentia assim desde que soube que Papai Noel não era o “companheiro” do Coelhinho da Páscoa e que eles não viviam juntos em Neverland.
Conclusão: Mari perdeu seu amor de verão, mas ganhou uma super-amigona. E até eu, que não tenho nada a ver com a história ganhei meu primeiro best-seller que será lançado no verão de 2010... Como Criar Cavalos – Analogias ente o Amor e os quadrúpedes. E para você meu caro leitor, que prometerá nunca revelar o conteúdo deste meu pequeno post secreto, deixo a maior benção de todas, meu talento descomunal (em todos os sentidos).

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa Zé!
Que história criativa!

MariANA e não MariCLEIDE.

hahahahahahahaha