quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Carta a um jovem Sith


Como todo ser humano que se presa fiz e refiz várias vezes ao longo da vida uma listagem de tudo o que odeio. E como já era de se esperar, ela nunca diminuiu. E claro, desde o começo desta listinha que fazemos desde a pré-infância o número de coisas odiadas é sempre maior do que o de coisas queridas. E nem tente me dizer o contrário, porque não vou acreditar. Até Gandhi ou mesmo Jesus gostavam mais de menos coisas em comparação com aquelas que eles odiavam (uau...que frase foi essa). Tá, talvez não o grande JC, mas, com certeza, Gandhi.

Vamos ver... que eu saiba Jesus só não gostava do Diabo, do Pecado, dos Mercadores que vendiam no Templo, dos hipócritas, dos soberbos (categoria em que me incluo com muito gosto) e dos Falsos Profetas (culpado outra vez) e só. Se bem que não são tão poucos assim. Se ele viesse hoje também não gostaria da maioria das religiões (por causa da má gerência), da Internet, da TV Globo, do Vladimir Putin (do Bush acho que ele gostaria), da aceitação da viadagem, da camisinha, do Rock`n`roll e de outras cositas más como blogueiros que se acham muito espertos (soberbos)... Olha só, até que temos um número grande de elementos! Mas, só para quebrar a firma, temos que levar em conta que Ele ama toda humanidade, todos os seres viventes e ainda consegue amar àqueles que não gosta. Assim, podemos dizer que Jesus realmente é o único que tem mais prós do que contras em sua listagem de tudo o que existe.

No entanto, essa é a minha história, e ela é sobre minha constante necessidade de me expressar (de novo). Sei que já escrevi sobre isso, mas realmente estou num clima de sair contando tudo. Todas as paradas que me apurrinham, tudo o que me inquieta, botar para fora mesmo, tudo de uma vez.

Sendo assim, a primeira das coisas que me emputece profundamente é a Humanidade. Não
que eu me importe com o caminho de autodestruição que o Homem vem trilhando. Quem sou eu para julgar alguém?! Afinal, faço parte desta humanidade, também sofro e me regozijo com esta Condição humana. E, acima de tudo, quando o assunto é autodestruição, ninguém me supera. Definitivamente não é isso que me irrita, muito pelo contrário, é isso que me faz sentir orgulho de ser humano. É isso que me diferencia do leão, do chimpazé, do ornitorrinco, das árvores...

Para mim, o mais belo do homem é justamente sua capacidade de negligenciar sua própria subsistência em favor de seus prazeres. É por isso que fumamos, bebemos, comemos e fodemos adoidado (alguns mais do que outros). E o mais lindo disso, é quando em dado momento somos impedidos de cumprir esta nossa missão natural (e até divina), seja por nós mesmos e nossa racionalidade, seja por conta de outros, nosso mecanismo de defesa natural nos diz que há algo errado. Nossa vida não é como deveria ser. E assim ficamos deprimidos.

Então, o que me desagrada na Humanidade?! Simples, a culpa, o arrependimento e tudo o que vem atrelado a estes valores tão anti-naturais que nos levam ao desespero. Sinceramente, é muito brochante assistir a covardia com que certas pessoas vivem a vida, e como isso tem se tornado o status quo da sociedade contemporânea. Não que eu siga a risca tudo isso que prego tão apaixonadamente. Isso simplesmente não é possível tendo em vista a conjuntura atual. Pois como diz o ditado, num mundo de loucos, os homens sãos é que vão para o manicômios.

Hoje, a moderação é pregada ao invés da liberdade total e irrestrita. Não necessariamente quanto aos atos (não estamos prontos ainda), mas fundamentalmente com relação aos pensamentos. No dia em que nos sentirmos livres para pensarmos o que quisermos, sem julgamentos, sem poréns, teremos alcançado em parte a verdadeira liberdade. E assim estaremos mais próximos de Deus.



Ao invés de ficar enchendo o meu saco dizendo para poupar água, comer menos, beber menos, usar camisinha, não desperdiçar, etc, as pessoas deviam se preocupar em ler mais, estudar mais, se divertir mais, apreciar mais (qualquer coisa serve), enfim, viver “verdadeiramente” de forma consciente. Porque as pequenas coisas que valem a pena na vida não são tão raras nem tão difíceis de se achar e muito menos precisam ser preservadas. A felicidade está nos pequenos vícios de cada dia, nos pequenos momentos de prazer egoísta, na Desregração Consciente.

José Messias não é contra as formas de governo nem contra a cordialidade entre os homens. Ele só não gosta de (muita) hipocrisia, chatice e pessoas que gostam de dizer para os outras o que fazer, principalmente quando é para o “bem” delas...

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Espero que tenham gostado deste textyo tão feliz e divertido...
Como diria, Alessandro filho do Meleca, "Fé em Deus e nas crianças da favela"!
Fui!

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