quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Meu amigo Skmoso

Não sei se vocês já tiveram um amigo imaginário. Pelo menos eu nunca tive (tenho um irmão para essas coisas). Mas pensando bem, acho que o Skmoso conta como um. Pelo nome até parece que ele é de mentirinha, mas não. Ele tem mãe, avó, pai, padastro, primos, primas (yammi), cachorro, canário e até porquinhos-da-Índia (aliás, eles não são porcos e muito menos vem da Índia). De fato, ele é bem real – isso se o real existisse de fato – mas apesar de ser de carne-e-osso, eu atesto categoricamente, ele é meu amigo imaginário! Isso porque, a grande característica dos amigos imaginários, aquilo que os faz realmente ser o que são, é eles não serem amigos de mais ninguém.

#Ah, se você me disser que teve um amigo desses e ele tinha outro é simplesmente porque você tinha DOIS amigos imaginários [Deprimente!]. E se você me disser que seu amiguinho de verdade ou qualquer outra pessoa via o seu amigo de mentirinha isso se chama alucinação coletiva.

Não que o Skminha seja assim tão solitário, ele só parece ser, pelo menos para mim. Sei que isso soa muito triste, além de ser muito pretensioso de minha parte, mas não é necessariamente assim. Não que eu não seja pretensioso, se existe uma coisa que sou é isso. Mas como eu disse, ele só PARECE não ter outro amigo. No eixo familiar que eu saiba, ele tem uns dois, e no eixo ruar-bairrista ele tem mais uns cinco ou seis. Embora pareça pouco até que é bastante comparado a minha pessoa. Calma, eu tenho amigos, muitos até, só que nenhum no eixo familiar (tirando o meu irmão que é um caso a parte, na verdade, o próximo post é sobre ele) e menos ainda no eixo ruar-bairrista.

Mas voltando ao Skmoso, ele, sem dúvida, é uma figura bizarra – não num bom sentido que poderia ser aplicado a mim, por exemplo. A maior parte do seu tempo ele passa sozinho em seu quarto em Margaritaville. E não sai para nada, exceto ir para a Faculdade, para a academia e para seus cursos de francês e alemão (e ocasionais saídas noturnas com seus outros amiguinhos, sobre as quais não posso falar para poder proteger a integridade física e intelectual do ser em questão). Foras esses passeios noturnos, parece que ele é um grande C.D.F., ou algum tipo de Nerd que estuda, mas não. Muito pelo contrário, ele nem passa perto de ser inteligente. Pelo amor de Deus, ele estuda na Univercidade (urgh). Todavia, ele faz cursos na Aliança Francesa e no Goethe e vai muito bem neles, afinal ele não é um completo zero a esquerda. E mesmo estudando numa instituição sem nenhum prestígio ou currículo minimamente satisfatório – ele está cursando Relações Internacionais, o que é complicado em qualquer lugar – surpreendentemente ele é muito bom nisso, demonstrando uma dedicação que eu mesmo não tenho com minha aulas. Pois em menos de um ano, ele já fala tranqüilamente sobre Aristóteles, Hobbes, Platão e Celso Furtado como se fossem coisas corriqueiras do dia-a-dia. O que é um retrato bem diferente do seu Ensino Médio, coisa que eu e nossos demais colegas de classe do Mauzão Boladão podemos comprovar.

Se não bastasse essa formação acadêmica bastante peculiar, o próprio físico da criança já rende uma série histórias interessantes, para não dizer ridiculamente hilariantes. Primeiro, ele é baixinho e todo amigo imaginário que se presta ou é muito alto (forte), no caso das crianças baixas (fracas), ou muito baixo (fraco), no caso das crianças altas (fortes). Isso porque de certa forma os amigos de mentirinha parecem complementar a qualidades do indivíduo imaginador (que metido a psicologo, eu sou). Enfim, ele é de fato baixo, e não estou falando na minha escala (tenho 1,98), mas não escala de qualquer pessoa. E agora, ele deu para malhar, como disse anteriormente. Como também falei, embora ele não seja exatamente inteligente, ele é obsessivamente esforçado, o que causa seu rendimento escolar alto. E é essa mesma dedicação ele trouxe para seus hábitos “exercitórios”. O que resultaram num peitoral definido, bisseps e tríceps e “policeps” muito bem definidos e uma bela corcunda no lado esquerdo do seu corpo. Não que ele seja usuário de anabolizantes, só suplementos alimentares. Alguns proibidos no Brasil, é bem verdade, mas que pela Lei não são considerados anabolizantes. A tal corcunda vem do simples fato dele ser destro e nas palavras do próprio, não querer sobrecarregar o braço direito e acabar com uma deformidade (malandro, ele não?!).

A vida dessa figura é realmente inacreditável, tanto que vocês provavelmente vão pensar que eu a inventei. Coisa que confesso não ser capaz de fazer, não importa o quão talentoso eu seja, e olha que sou muuuuuuuuuuuuuuuuito talentoso, muito mesmo. Para se ter uma idéia, num período de trevas em sua vida, esse Sr. Meu amigo, fez chapinha no cabelo e ficou muito parecido com a Fátima Bernardes na época do alisamento japonês. Para ter uma idéia é só vocês imaginarem aquele filme “As Branquelas”, pronto, é isso sem tirar nem por. E isso veio do nada, ele não é emo e fez com intuito de pegar garotas (e o pior que ele conseguiu). Essa é uma situação suficientemente inusitada e esdrúxula para qualquer roteirista pensar, mesmo para os do Sul da Romênia ou da Croácia Setentrional que geraram filmes sobre aborto entre alienígenas e prostituição infantil masculina entre parentes.

Um comentário:

Outro Qualquer disse...

Skmoso é uma figura... e voce soube retrata-lo muito bem....vou ler o resto da trilogia